Fecomércio RJ se manifesta em relação a artigo publicado
Nota se refere ao artigo “O Rio de Janeiro continua lindo?”, publicado pela colunista Zenia Latif no jornal “O Globo”

Nota à imprensa – A propósito do artigo “O Rio de Janeiro continua lindo?”, publicado pela colunista Zenia Latif no jornal “O Globo” no dia 26/02, no qual usou termos como “desastre” e “decadência” para qualificar o Rio de Janeiro, a Fecomércio RJ tem a esclarecer o que se segue:
O Estado do Rio de Janeiro foi o segundo de todo o País, em termos absolutos, na geração de empregos formais no ano ado. Deste saldo de empregos, conforme dados do Caged, do Ministério do Trabalho e Emprego, quase 80% vieram do setor de comércio e serviços.
O setor de serviços, que historicamente responde por cerca de 70% do PIB fluminense, acumulou alta de 4,0% em 2024, segundo o IBGE, enquanto, no nível nacional, a alta foi mais modesta (3,1%). Apenas no setor turístico, o Rio foi o estado da região Sudeste com maior crescimento em 2024, com alta de 6,3¨% – quase o dobro do País como um todo (3,5%).
A propósito, conforme dados do Ministério do Turismo, o Rio registrou uma alta de 26% na entrada de turistas estrangeiros, na comparação entre 2024 e 2023 – tendência que se fortalece neste ano, com alta de 46% em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2024. Vale lembrar também da recente aprovação do programa Tax Free, que impulsionará, com redução tributária, o consumo por turistas.
A colunista, infelizmente, foca sua análise em dados isolados, enquanto uma análise dos dados como um todo mostra um cenário diferente. O texto usa números que, em parte das vezes, referem-se a dados inclusive de 2010, bem anterior ao auge da crise política e econômica pela qual o estado ou, e que resultou na adesão a um programa de recuperação fiscal.
Shows internacionais de grande porte, grandes eventos voltando à programação normal e reposicionando o Rio como destino preferencial de eventos centrais, por exemplo, para a indústria do turismo (como a ABAV). Houve também, como elemento que em nada reforça a suposta “decadência” do Rio, o recente encontro dos chefes de Estado do G-20.
Falar, portanto, como faz a economista, que o Rio é uma indústria extrativista é ignorar diversos aspectos econômicos, como, por exemplo, a estrutura turística incomparável com o resto do país e exemplo mundial.
Vale destacar, também, o forte impulso empreendedor verificado no estado. Em janeiro deste ano, a Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro registrou 7.164 novos negócios. Trata-se da maior marca de todos os meses de janeiro em mais de 200 anos de existência do órgão, como apontou o jornal O Globo. É uma alta de 29,5% em relação a janeiro de 2024.
A colunista vê o Rio decadente. Nós preferimos a perspectiva mais condizente com a realidade: crescimento consistente e se firmando na estabilidade. Não se trata, portanto, de defender uma visão ingenuamente otimista, mas sim focarmos naquilo que temos de dados da realidade e nossas principais vantagens econômicas.
Nunca na sua história o Rio deixou de ter de lidar com desafios, econômicos e sociais. E agora não é diferente. A recuperação evidenciada por uma análise mais calma dos números não elimina problemas que ainda precisam ser melhor enfrentados. Educação e segurança pública estão nessa lista.
Porém, a produção econômica e, em especial, o setor de comércio e serviços estão em uma curva ascendente animadora. Qualificar o Rio, com tanto a mostrar, como decadente é ajudar a manter em nosso estado uma visão fatalista que em nada contribui para darmos os necessários os à frente, com estabilidade e com consistência.