GRI Brazil 2024 debateu novo ciclo de investimentos na hotelaria
A Revista Hotéis é Media Partner dessa conferência que tem 450 profissionais do segmento inscritos

Teve início na manhã de hoje e prossegue durante o dia, o GRI Brazil 2024, a principal conferência do clube de real estate que acontece no Hotel Unique na capital paulista. A Revista Hotéis é Media Partner dessa conferência que tem 450 profissionais do segmento inscritos, entre eles estão: investidores, desenvolvedores, gestores de fundos e outros grandes players do mercado. A grade de programação apresenta temas-chave e entre eles estão: a retomada do setor imobiliário, perspectivas para o segmento residencial, fundos Imobiliários, loteamento, logístico & industrial, varejo e shopping centers, projetos inovadores e os diferenciais do mercado no quesito tecnologia, melhores práticas e padrões ESG, entre outros temas que estão sendo debatidos por renomados profissionais do setor.
E terminou agora há pouco o Hospitality – Como será o próximo ciclo de expansão após a forte retomada e o crescimento dos resultados da hotelaria no Brasil? Entre os assuntos debatidos estavam: O que esperar em relação às margens após o fim do PERSE, o crescimento da RevPar e as taxas de ocupação no próximo ano? Como será o novo ciclo de desenvolvimento greenfield com a falta de opções de funding ao setor? Hotelaria de Negócios, Resorts e Branded Residences – O que esperar dos novos projetos e investimentos no Brasil?

de debate
Orlando de Souza, Presidente Executivo do FOHB – Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil foi o moderador desse que teve presença de: Ricardo Bluvol, Vice Presidente de Desenvolvimento e Relação com Investidor da Atlantica Hospitality International; José Romeu Ferraz Neto, Presidente da Txai Resorts; Leonardo Lido, Senior Director of Development Hilton Worldwide Brazil; Bojan Kumer, Vice-presidente Regional para o Caribe e América do Sul da Marriott International; Romulo Silva, Diretor de Desenvolvimento Brasil da Accor; Pedro Freire, Development Director IHG – InterContinental Hotels Group Brazil; Paula Muniz, Head of Development Brazil da Meliá Hotels Brasil e Cinthia Marques, Coordenadora-Geral de Atração de Investimentos do Ministério do Turismo.

Em razão do formato das discussões desses painéis serem numa espécie de mesa redonda e alguns assuntos debatidos confidenciais, a cobertura jornalística é feita com entrevistas individuais com alguns dos participantes. O moderador Orlando de Souza pediu aos participantes para se posicionar sobre o tema proposto de oportunidades que enxergam para desenvolver a hotelaria nos próximos anos e Romulo Silva iniciou dizendo que: Esse novo ciclo de investimentos da hotelaria teve início no ano ado e isso impactou a taxa de ocupação que está em média de 60% e crescimento da diária média e revpar. “Mas mercados maduros no exterior trabalham com taxa de ocupação em tono de 70%, sendo esse o equilíbrio que buscamos para melhor rentabilizar nossos investidores. A nossa expansão desse novo ciclo está acontecendo muito em franquias em cidades secundárias. O modelo de negócios deverá permanecer o condo hotel tendo em vista a falta de linhas de financiamento, mas a gente vê empresários e grupos locais se reunindo e capitalizando pra construção de novos hotéis. Os fundings também já enxergam a hotelaria como um bom negócio em razão das performances que tem alcançado. Como desde 2016 não teve onda de novos hotéis, existe uma defasagem e esse novo ciclo precisa atender a demanda. Já fechamos 14 hotéis nesse ano em greenfield, mas a expectativa é chegar a 20 hoteis. A conversão de hoteis deve voltar com mais força após o fim do PERSE. Estamos sentindo que esse ano deve ser o melhor em desenvolvimento da Accor nos últimos anos”, acredita Romulo.

Boas oportunidades no mercado
Ricardo Bluvol destacou que a Atlantica possui um portfólio de 200 hotéis e atua em quatro modelos, o de istração, franquia, multipropriedade e o term short rental. Nesse modelo, Bluvol disse que a Atlantica espera crescer muito nos próximos anos, pois possui 100 projetos assinados. “O mercado hoteleiro vem se recuperando muito nos últimos três anos e superando a pré-pandemia e a rentabilidade dos investidores voltou. O fim do PERSE poderá dar um up grade nas conversões e estamos atentos a essas oportunidades”, garantiu Bluvol.
Pedro Freire destacou que enxerga muitas oportunidades para investimentos na hotelaria nos próximos anos e uma janela de oportunidades são projetos mixed use de hotéis tendo como âncoras shopping center. “Tenho enxergado um movimento das operadoras de shopping nesse sentido e isso pode abrir novos nichos para a hotelaria crescer. Outro aspecto que também analiso de possibilidade são as conversões que vão ficar maios fortes após o término do PERSE”, disse Freire.
Fim do PERSE trará corrida a conversões
Paula Muniz também acredita que o fim do PERSE vai fazer crescer o número de conversões e abrir muitas janelas de oportunidades. E lembrou que nesse ano a hotelaria está tendo a melhor performance dos últimos anos e atribui a isso uma série de fatores, como o efeito de desvalorização do real que freia um pouco as viagens internacionais. Ela enxerga muitas possibilidades das bandeiras internacionais entrarem no segmento de resorts no Brasil, pois mais de 90% do público é do mercado interno. “Os brasileiros conhecem e reconhecem as marcas Meliã em suas viagens, como ao Caribe. E com os resorts no Brasil chegando a 60% de ocupação anual é um atrativo para marcas internacionais”.

José Romeu lembrou que até 2007 os estrangeiros representam cerca de 90% no Txai Resort e hoje esse número se inverteu e que os brasileiros representam 95% da taxa de ocupação e que dá sustentação ao negócio. E fez algumas indagações como: Por que não conseguimos trazer mais visitantes estrangeiros se o câmbio é favorável? E ele destaca a segurança como o grande empecilho. “A insegurança no Brasil é bombardeada na mídia internacional e um risco para quem visita nosso País. O que temos que fazer é fazer investir mais na segurança e criar ações de marketing internacional que segurança existe, masse deve tomar cuidado. A entrada de marcas internacionais em resorts no Brasil fica acondicionada a fundos de investidores, pois várias foram adquiriram nos últimos anos. E outro impeditivo é alta taxa Selic que inviabiliza crédito. Mas nos continuamos acreditando no Brasil e temos dois novos projetos da marca Txai para construir no Brasil”, disse José Romeu.
Janelas de oportunidades
Leonardo Lido lembrou que a Hilton já está no Brasil desde 1971 e que aprendeu muitos nos últimos anos. Hoje se posiciona com oito marcas com 21 hoteis em operação e mais 28 em pipeline. E uma das apostas da Hilton para continuar crescendo e se consolidando é o amplo portfólio de marcas, como as econômicas, de hotéis boutique e o enorme potencial apresentado no Brasil. Em relação a resorts, Lido destacou que entrar nesse segmento é bem desafiante em razão de muitas licenças exigidas pela legislação e a morosidade para aprovação, mas que a Hilton está bem atenta para encontrar tendências e aproveitar para crescer.
Cinthia Marques foi a última a se posicionar nesse e disse que é funcionária concursada e está no Ministério do Turismo há 13 anos. Que é sempre bom ouvir o segmento para ver as possibilidades de ações em conjunto e citou algumas medidas públicas recentes que foram implementadas no turismo, como: Investimentos em projetos da iniciativa provada, renovação do PERSE, aprovação da nova Lei Geral do Turismo, estabelecer a diária de 24 horas e melhorar o ambiente de negócios. Cintia lembrou aos presentes que um dos recursos públicos disponíveis ao setor hoteleiro é FUNGETUR que nesse ano disponibilizou R$ 1,2 bilhão com taxas atrativos de 9% ao ano. “O Ministério do Turismo está ajudando a desenvolver a hotelaria de Belém para atender a COP 30, assim como a melhoria da infraestrutura e os ativos em regiões menos favorecidas”. E o fato do Brasil não romper a casa de 7 milhões de turistas estrangeiros anos, Cintia citou que estudos comprovam que boa parte dos turistas preferem destinos de viagens de até cinco horas e o Brasil tem muitos concorrentes como o Caribe, mas o Ministério do Turismo continua empenhado em promover ainda mais o destino Brasil.