Impactos da nova reforma tributária no setor hoteleiro e de viagens
A reforma segue para o Senado trazendo desafios e preocupações para os operadores de hotéis e fornecedores de pacotes de viagens

Artigo de Márcio Monti* – A recente aprovação da reforma tributária pela Câmara dos Deputados no Brasil gerou ampla discussão sobre suas implicações para diversos setores econômicos, com destaque para o setor hoteleiro. Essa reforma, que agora segue para o Senado, traz consigo uma série de desafios e preocupações para os operadores de hotéis e fornecedores de pacotes de viagens. Vamos explorar os principais pontos negativos desta reforma para o setor hoteleiro e como esses aspectos podem afetar tanto os custos operacionais quanto os preços para os consumidores.
Manutenção da Carga Tributária
A reforma tributária não propõe uma redução na carga tributária para o setor hoteleiro. A manutenção dos níveis atuais de tributação implica que não haverá alívio nos custos operacionais para os hotéis, o que poderia ser reado como aumento nos preços de hospedagem para os consumidores.
Complexidade na Geração de Créditos
A nova legislação permite a apropriação de créditos nas aquisições de produtos e serviços por prestadores no setor hoteleiro. No entanto, produtos isentos, como certos alimentos que são fundamentais em operações all-inclusive, não geram créditos, complicando a gestão fiscal e aumentando os custos operacionais.
Implementação Gradual
A implementação gradual da reforma até 2033 significa que não haverá benefícios imediatos para os operadores ou consumidores. Isso cria um período prolongado de incerteza e potenciais flutuações nos preços ao consumidor.
Aumento da Complexidade Tributária
Com a introdução dos novos tributos CBS e IBS, istrados por estados e municípios, o sistema tributário se torna mais complexo. Essa complexidade pode levar a maiores custos istrativos e a dificuldades em manter preços competitivos.
Impactos nos Custos e Preços de Hospedagem
Os hotéis podem ter que rear os custos adicionais para os consumidores, resultando em tarifas mais altas. Isso também pode afetar o custo de pacotes de viagens, tornando as viagens domésticas menos atraentes em comparação com destinos internacionais.
Desafios na Competitividade Internacional
A falta de alinhamento das alíquotas tributárias com padrões internacionais pode desencorajar a vinda de turistas estrangeiros e a realização de eventos internacionais no Brasil, impactando negativamente a indústria de turismo.
Barreiras ao Crescimento e Inovação
Os altos custos tributários e a complexidade podem inibir o investimento em novos empreendimentos hoteleiros ou na renovação dos existentes. Além disso, podem limitar o desenvolvimento de novos produtos e serviços no setor de turismo, como s inovadoras de viagens.
Pressões sobre a Margem de Lucro
As margens de lucro dos operadores de hotéis e viagens podem ser comprimidas devido à incapacidade de reduzir efetivamente a carga tributária através de créditos. Isso pode afetar a sustentabilidade financeira e a capacidade de investimento dos operadores no longo prazo.
A reforma tributária, como está proposta atualmente, parece oferecer mais desafios do que soluções para o setor hoteleiro brasileiro. A continuidade do debate e a luta por condições mais favoráveis no Senado serão cruciais para garantir que a indústria do turismo possa continuar a prosperar sem impor custos proibitivos aos consumidores e sem comprometer a competitividade internacional do Brasil como destino turístico.
*Márcio Monti – Ph.D – Chief Revenue Officer da RDC Viagens | Revenue Management Expert