Ocupação dos resorts no Brasil em 2024 manteve estável em 60%
Os resorts de interior conseguiram aumentar sua receita um pouco acima da inflação, enquanto os resorts de praia tiveram apenas uma correção de preços

A Resorts Brasil acaba de divulgar a 14ª edição do Radar Resorts Brasil, que consolida os principais indicadores do setor em 2024. O estudo realizado em parceria com as consultorias hoteleiras STR, JLL e o Senac São Paulo, revela o desempenho dos resorts brasileiros, o impacto das condições econômicas e as perspectivas para a expansão do turismo nacional.
O Radar aponta que 2024 foi um ano desafiador para o segmento, com estabilidade na taxa de ocupação e receitas que acompanharam a correção inflacionária. Segundo Marcelo Picka Van Roey, Presidente do Conselho da Resorts Brasil, a competitividade do setor exige inovação e estratégias voltadas ao consumidor: “Nosso desafio como segmento é manter os resorts em evidência para o consumidor de lazer e eventos. Para 2025, é fundamental traçar estratégias que coloquem o consumidor no centro, além de avançar nas agendas de ESG e inovação. A Resorts Brasil está atenta a esses movimentos e promoverá cinco eventos ao longo do ano voltados para gestores dos resorts, incentivando reflexões sobre os desafios do setor e dos negócios”.

Estabilidade na ocupação e desafios de receita
Os dados da STR indicam que a taxa de ocupação dos resorts brasileiros em 2024 se manteve estável em 60%, sem variações significativas em relação aos anos anteriores. Esse cenário reflete a consolidação da demanda, mas impõe desafios na recuperação de receitas.
A análise do TrevPAR (Total Revenue per Available Room) e do TrevPOR (Total Revenue per Occupied Room) revela que, apesar do crescimento nominal das receitas, a inflação de 4,8% anulou os ganhos reais. Os resorts de interior conseguiram aumentar sua receita um pouco acima da inflação, enquanto os resorts de praia tiveram apenas uma correção de preços.
A sazonalidade continua sendo um fator determinante para o setor:
- O 1º e 4º trimestres apresentaram um desempenho mais forte, impulsionados pelas férias e festas de fim de ano;
- O 2º e 3º trimestres registraram maior desafio em demanda e receitas.

Crescimento da oferta de resorts e novas oportunidades
A pesquisa da JLL aponta que o mercado de resorts segue em evidência para novos investimentos, com 20 novos empreendimentos em desenvolvimento, totalizando 7.235 novos quartos até 2027.
Distribuição da oferta futura:
- Nordeste: Nove resorts (3.256 quartos), sendo 8 deles com previsão de abertura até 2026;
- Sudeste: Oito resorts (3.335 quartos), com destaque para 5 resorts litorâneos;
- Sul: Três resorts no interior (644 quartos), com previsão de abertura até 2027.
“Segundo o levantamento da JLL, atualmente o Brasil conta com 133 resorts ativos, totalizando 31.353 quartos, distribuídos em todas as regiões do País. Desses, 50% estão afiliados a redes hoteleiras, enquanto a outra metade é composta por empreendimentos independentes”

Impacto na economia e empregabilidade
O setor de resorts gera diretamente mais de 30 mil empregos, além de movimentar cadeias produtivas ligadas à gastronomia, turismo, entretenimento e serviços. A valorização do turismo doméstico contribui para gerar cada vez mais oportunidades de empregabilidade no setor, impulsionando o crescimento econômico de diversas regiões.
A alta do dólar, que encarece viagens internacionais para brasileiros, favorece a demanda por destinos nacionais. No entanto, custos operacionais elevados, impulsionados pelo aumento dos preços de alimentos e insumos, ainda representam um desafio para o setor.
Aviação: Recuperação e tendências para o turismo
O desempenho do setor aéreo influencia a movimentação turística em muitos resorts. Segundo dados da ANAC, o volume de ageiros domésticos em 2024 ainda não superou o volume de 2019. Com relação ao volume de ageiros internacionais, observamos que houve um crescimento em relação a 2019, especialmente puxado pela movimentação no terceiro e quarto trimestre do ano ado.